sábado, 3 de março de 2012

CARNAVAL INCONSTITUCIONAL - Há alegria ou benefícios nessa festa?


     O carnaval passou e nem as cinzas da quarta feira sobraram pra contar a historia. Até agora ninguém consegue me falar os benefícios dessa festa. Pelo contrario! A suposta alegria se foi e agora é hora de contabilizar as perdas do carnaval. É hora do balanço da Policia Rodoviária Federal que divulga quantas mães choraram a morte de filhos que saíram e não voltaram pra casa depois de se envolverem em acidentes fatais causados por “alegres” foliões que insistiram na mistura irresponsável do álcool com a direção.  Há mesmo alegria ou benefícios no carnaval? Ninguém nunca me falou de quantos casamentos surgiram num bloco! Me contam, sim, das diversas brigas entre casais e das várias separações que começam entre um pulo e outro, quando isso não acaba em homicídio. Eu ouço falar das várias jovens que saem de casa livres e desimpedidas e voltam mães de filhos, ainda desconhecidos, gerados no “sexo de carnaval”, quando isso também não acaba em mais uma morte por um aborto. Tá aí mais um motivo de lotação dos hospitais nessa “maravilhosa” época!


     Há um ano a colega de profissão, Rachel Sherazade, de forma fantástica e pertinente, comentou sobre o carnaval e suas peculiaridades. Muitas pessoas viram o comentário pela internet! Mas o que mudou? Assim como a Rachel, também não sou inimigo do carnaval; quando criança, cheguei até a brincar com as saudosas bombas d água de 20 anos atrás! Mesmo assim, não posso me calar diante de algumas verdades a mais que você precisa saber sobre a chamada “festa da alegria”.

     De forma conotativa, o carnaval rasga sem piedade a Constituição Brasileira. ?Onde fica a garantia do direito à igualdade quando os cordões de isolamento dividem quem tem de quem não tem um pedaço de pano colorido sobre os ombros? Como a Rachel bem disse, o carnaval há muito se transformou na festa dos ricos. São esses poucos, que tanto lucram com a alegria dos foliões, os mesmos que tentam nos convencer, dizendo ser o carnaval uma festa democrática! Realmente, é mesmo! Todos estão nos camarotes! A simples diferença é que alguns estão em cima e outros se espremem em baixo deles, entre uma barra de ferro ou outra, tentando enxergar de longe seu ídolo. Democracia que nada! Isso tudo também faz cair outro direito: à liberdade... o de ir e vir pra onde e quando quiser.
Me revolta o fato de quando a folia está no auge e a segurança e ordem são garantidas por milhares de homens da policia nas concentrações e corredores da folia, os bairros, ruas e vielas longe dali, se transformam em verdadeiros “corredores da agonia”, depois que um pai de família, por exemplo, é assaltado enquanto volta do trabalho. ?Segurança? Onde está ela durante o carnaval? Somente na constituição. Se esse mesmo cidadão é ferido e morto depois do assalto, onde fica o direito à vida previsto na constituição, que pra ser real deveria, sim, estar atrelado a todos ou outros, liberdade, igualdade, à segurança.

      O "teatro" chamado carnaval esconde a verdadeira face de um povo que sofre todos os dias pra ganhar o pão e em cinco ou mais dias, gasta todo o dinheiro do próprio pão, numa alegria mentirosa. O carnaval disfarça num período tão pequeno as verdadeiras aflições de muitos... Muitos... que tentam fugir, em dias superficiais, da realidade que precisam enfrentar, uma realidade de medos, dores, angustias... A festa se vai e a idéia de: “eu vou beber pra esquecer meus problemas”, também se vai. Os problemas, esses sim, continuam.
Aí o carnaval acaba, as mascaras caem e as luzes do teatro se apagam, os amigos da folia também se vão... Aí amigo, cada um é cada um. Até quando?

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